Segundo dados do Infarmed, os portugueses gastam sete milhões de euros mensais em antibióticos.
O uso excessivo de antibióticos é um dos fatores que mais contribuem para o problema da prevalência de resistência bacteriana.
Portugal continua no topo da lista de países europeus com maior gasto no uso de antibióticos: sete milhões de euros mensais.
São números do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, que revelam ainda outro indicador: nos últimos cinco anos, cerca de 100 milhões de euros foram gastos neste tipo de medicamentos.
O consumo de antibióticos atinge grandes proporções nos gastos do Serviço Nacional de Saúde, com 62 milhões de euros em comparticipações, de um total de sete milhões de embalagens.
Segundo um estudo que analisou o consumo de antibióticos entre 2000 e 2007, “o aumento da prevalência de resistência bacteriana aos antibióticos tornou-se um importante problema de Saúde Pública a nível mundial”.
A ingestão destes medicamentos é nociva porque, segundo aquele estudo – apresentado em 2010, da autoria de Isabel Ramalhinho, José Cabrita, Mafalda Ribeirinho e Isaura Vieira –, “contribui para a resistência microbiana”.
“O uso excessivo de antibacterianos tem custos sociais e consequências graves para a saúde, nomeadamente a menor resposta dos tratamentos, o prolongamento das doenças, o crescimento do número de hospitalizações e o maior risco de complicações e de mortalidade”, indica o estudo.
Muitos fatores contribuem para o uso excessivo, dos quais se destaca: “incerteza no diagnóstico, prescrição desnecessária ou inadequada, consultas sobrecarregadas que dificultam a precisão do diagnóstico”.
A maioria da população desconhece que os antibióticos atuam somente nas bactérias e são “ineficazes no tratamento de patologias virais”. Por isso, “tomam antibióticos para o tratamento de uma gripe”.
Neste estudo, verificou-se, no entanto, uma quebra gradual no consumo de antibióticos, na ordem dos 9,36 entre 2000 e 2007. Apesar de uma redução significativa no uso de antibióticos, Portugal ainda apresenta valores elevados, em comparação com outros países da Europa, o que é agora comprovado.
Fonte: Cyberjunta