Decidi escrever este texto, com o intuito de desmistificar, e/ou, esclarecer algumas dúvidas sobre a utilização concomitante da Homeopatia com a alopatia (medicina convencional).
Para mim, a medicina é o restabelecimento da saúde, a cura. Quem pratica medicina tradicional chinesa e cura pessoas, está a fazer medicina, quem utiliza a abordagem Ayurvedica e cura pessoas, está a fazer medicina, quem utiliza Homeopatia e cura pessoas, está a fazer medicina, ou seja, o que difere é o método terapêutico utilizado. Na minha opinião, a medicina convencional (alopática) é tão medicina, como qualquer outro método terapêutico eficaz, o que difere é apenas o método utilizado.
Tenho um profundo respeito e reconhecimento pelos excelentes profissionais da medicina convencional, médicos, enfermeiros, paramédicos, etc, tenho inclusivamente bons amigos em todas estas áreas, pessoas que eu sei e, que em certos casos, até testemunhei, têm uma total dedicação a ajudar os outros e que são verdadeiros médicos e não Dr’s. Sim! Porque há uma grande diferença entre ser médico e ser Dr. O médico é aquele que se preocupa com o seu paciente, em fazer o melhor por ele, em procurar as melhores soluções para restabelecer o estado de saúde do doente. O médico é informado, tem mente aberta, não se limita ao seu mundo, procura novas abordagens, porque o único interesse é o bem estar dos seus pacientes. Felizmente existem muitos médicos por aí, que fazem pender para o lado bom, a balança dos cuidados de saúde em Portugal.
No entanto, por vezes, sou confrontado com situações desagradáveis de intolerância extrema à Homeopatia, por parte de alguns profissionais da medicina convencional. Argumentos? “porque sim...” ou noutros casos “porque interferem com os verdadeiros medicamentos...”. Estas opiniões, para além de introduzirem uma componente ansiosa no doente, revelam um total desconhecimento sobre o que é a Homeopatia, daí que devam ser evitadas. Perante estas situações, das duas uma, ou não se opina com base no que não se domina, ou se procura informação que fundamente a nossa opinião.
Apesar de respeitar profundamente qualquer colega médico, homeopata ou não, penso que só quem é especialista em determinada área tem total capacidade de expressar uma opinião tecnicamente fundamentada sobre assuntos relativos à mesma.
Para opinarmos sobre a abrangência e eficácia de uma determinada técnica terapêutica, são precisos muitos anos de prática e experiência clínica, utilizando-a. É isso que faço, sou homeopata de coração, não me sentiria realizado a praticar medicina convencional, mas nunca opino sobre áreas que não domino.
Para o bem-estar do paciente, que deve ser o principal objectivo do médico, o contacto pessoal entre colegas, para esclarecimentos de dúvidas e intercâmbio de conhecimentos, deveria ser regra e não excepção.
Um médico homeopata bem preparado tecnicamente não submeterá os seus pacientes a riscos desnecessários, nem prescindirá da opinião de outros colegas, se a situação assim o exigir.
Assim, deveremos promover o diálogo entre profissionais de saúde, pois só assim, o paciente beneficiará do melhor que cada técnica tem para oferecer.