quinta-feira, 14 de novembro de 2024

O Ciclo Interminável das Doenças Infantis

O Ciclo Vicioso das Doenças Infantis e o Papel da Homeopatia na Saúde das Nossas Crianças

É cada vez mais comum ver, nas consultas de homeopatia, pais preocupados com a saúde dos seus filhos, especialmente os mais novos. São bebés e crianças que, num curto espaço de tempo, passam por uma lista interminável de doenças respiratórias, inflamações e alergias. Quem vive esta rotina de perto sabe o quanto as infeções recorrentes, como bronquiolites, otites, amigdalites e crises alérgicas, podem tornar-se um ciclo quase interminável. Com cada nova infecção, surge um novo tratamento e, muitas vezes, novas angústias para os pais.

Este problema é ainda agravado pelo impacto na vida familiar e profissional. As crianças, ao passarem por constantes episódios de febre, dores e mal-estar, perdem dias na escola, perdem momentos de alegria, perdem pedaços da sua infância. E com os pais, a situação não é diferente: o desgaste físico e emocional, aliado ao absentismo laboral, transforma esta experiência num verdadeiro desafio familiar.

Mas o que está por trás deste ciclo de doenças recorrentes? Infelizmente, o que muitas vezes encontramos é um abuso da medicação, uma espécie de fuga para a solução rápida. Não é incomum que estas crianças estejam, desde muito cedo, sujeitas a sucessivas doses de anti-histamínicos, antibióticos, corticoides e broncodilatadores.

A Armadilha do Excesso de Medicamentos

Ninguém duvida do valor e do papel fundamental da medicina convencional. A ciência e a tecnologia médica têm sido um apoio essencial para a humanidade. Mas temos que perguntar: até que ponto estamos a resolver o problema? E quais são as consequências de se recorrer, repetidamente, a medicamentos pesados, que, muitas vezes, acabam por desgastar o organismo em vez de o fortalecer?

Sabemos que o uso frequente de antibióticos pode desequilibrar a flora intestinal das crianças, comprometendo a sua imunidade e, ironicamente, tornando-as mais vulneráveis a novas infeções. Os corticoides, por sua vez, podem ter efeitos secundários a longo prazo, como a supressão do sistema imunitário e o impacto no crescimento. E os anti-histamínicos, ao contrário do que se pensa, não são inocentes: podem induzir sonolência, dificultar a concentração e reduzir a capacidade de aprendizagem. Estes medicamentos têm o seu lugar, sim, mas será que não podemos fazer algo mais para evitar a repetição constante deste ciclo?

A Homeopatia como uma Medicina Preventiva e Complementar

É neste contexto que a homeopatia pode ser um recurso poderoso. Ao contrário de tratar apenas os sintomas, a homeopatia atua numa lógica de saúde preventiva, procurando entender e fortalecer o organismo da criança como um todo. Em vez de simplesmente combater o que se manifesta em cada crise, a homeopatia procura fortalecer o sistema imunitário e tratar as causas subjacentes das doenças recorrentes.

Para quem observa de perto, como nós que atuamos nesta área, é surpreendente ver o efeito que a homeopatia pode ter na saúde infantil. Com uma abordagem personalizada, esta prática identifica a constituição individual da criança e trabalha na prevenção de doenças futuras, visando um equilíbrio físico e emocional que reduz a frequência e a intensidade das crises.

E não, homeopatia não significa excluir a medicina convencional. Na verdade, ela pode ser usada em complementaridade, como uma aliada na construção de uma vida mais saudável. Uma vida em que os pais possam ver os filhos crescer com menos interrupções, menos faltas à escola, menos medicamentos e mais vitalidade.

Um Convite para o Futuro: Saúde Integral para as Nossas Crianças

Pais e mães que leem estas palavras, convido-vos a refletir. A infância passa num piscar de olhos e cada doença é um momento em que os nossos filhos perdem um pouco do seu potencial, da sua energia, da sua alegria. Precisamos pensar a longo prazo, precisamos considerar o impacto de cada tratamento, de cada medicamento que damos. Que tal olharmos para a saúde das nossas crianças com uma visão integral, em que prevenção, equilíbrio e bem-estar sejam as prioridades?

A homeopatia é uma porta que se abre para esse futuro. Um futuro onde os nossos filhos não precisarão perder tantos dias de escola, onde poderão correr, brincar e aprender sem serem interrompidos por doenças repetitivas.

A infância é única e preciosa; cuidar da saúde dos nossos filhos hoje é o maior presente que podemos dar ao seu futuro.


Porque não experimentar?

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

A nossa saúde e as escolhas diárias

Vivemos numa era em que as soluções parecem vir encapsuladas. Se a tensão arterial está alta, tomamos um comprimido. Se o colesterol se eleva, mais um comprimido. Se o açúcar no sangue passa do limite, há um frasco à espera na prateleira da farmácia. 

Sem perceber, tornamo-nos uma sociedade que vive em função de rótulos e bulas, confiando cegamente que a resposta para a nossa saúde está numa simples receita. Mas será que esse é o caminho? Será que o nosso corpo, essa incrível máquina, precisa mesmo de tantos medicamentos para funcionar bem?

A verdade, muitas vezes desconfortável, é que muitos dos problemas de saúde que enfrentamos são o reflexo de escolhas que fazemos todos os dias. O que comemos, como nos movemos, como lidamos com o stress... esses são os remédios invisíveis que poucos prescrevem. E aqui está o paradoxo: em vez de orientarmos as pessoas a tratarem a raiz do problema, optamos por tratar os sintomas com uma lista interminável de medicamentos.

Não me entendas mal, a medicina convencional tem o seu valor, e eu respeito profundamente os avanços incríveis que salvam vidas todos os dias. Mas onde está o equilíbrio? Onde está a preocupação em ensinar a cuidar do corpo, da mente e do espírito, em vez de apenas silenciar os sinais que o corpo nos dá de que algo está errado? Quando nos esquecemos de que o verdadeiro tratamento começa muito antes da prescrição?

Como homeopata, acredito na medicina da saúde, e não apenas na medicina da doença. O cuidado preventivo, o olhar para o indivíduo como um todo – as suas emoções, a sua alimentação, os seus hábitos diários – é o que pode libertar-nos do ciclo interminável de medicamentos. Não se trata de negar a ciência, mas de entender que ela pode e deve caminhar lado a lado com outras abordagens. 

Afinal, o que faz mais sentido: apagar um incêndio recorrente ou cuidar da floresta para que ele não aconteça?

E não é de hoje que sabemos disto. Os nossos antepassados entendiam a força dos alimentos, a importância do movimento, o poder das plantas. Sabiam que o corpo humano tem uma incrível capacidade de regeneração, desde que lhe seja dado o ambiente certo. Mas fomos afastando esse conhecimento, confiando mais em soluções rápidas do que em transformações duradouras. O resultado? Vemos pessoas jovens com bolsas cheias de medicamentos, mas vazias de energia, vitalidade e bem-estar.

Já não é tempo de resgatarmos essa sabedoria? De integrarmos o que há de melhor na medicina moderna com o que a natureza sempre nos ofereceu? Em vez de apenas medicarmos o colesterol alto, porque não incentivarmos uma mudança na alimentação? Em vez de mais um medicamento para a hipertensão, que tal um convite para o exercício físico e a meditação? Em vez de mais um medicamento para dormir, que tal tentar resolver o que nos aflige internamente?

A verdadeira cura começa quando nos ouvimos. Quando prestamos atenção aos sinais que o corpo nos dá, em vez de sufocá-los, devemos compreendê-los. 

Cada dor, cada incómodo, é uma forma do nosso corpo nos dizer que algo está fora de equilíbrio. Silenciá-los com medicamentos pode até trazer alívio temporário, mas isso não cura. A cura acontece quando nos tornamos responsáveis pela nossa saúde, quando escolhemos hábitos que fortalecem o nosso corpo e a nossa mente.

E é aí que a homeopatia entra, não como uma substituta da medicina convencional, mas como uma parceira. Juntas, estas abordagens podem criar um caminho mais completo para o bem-estar, onde a prevenção é o primeiro passo e a medicação é usada com sabedoria, quando realmente é necessária.

Que possamos, juntos, resgatar o poder de escolhas saudáveis. Que a alimentação seja o primeiro remédio. Que o movimento do corpo seja a nossa pílula diária. Que o cuidado com a mente seja o nosso calmante mais potente. E que, quando necessário, a medicina, seja ela convencional ou complementar, esteja ali para nos apoiar, não para nos aprisionar.

Porque no final, a verdadeira saúde não está apenas num frasco de medicamento. Ela está em cada escolha que fazemos, todos os dias.


domingo, 13 de outubro de 2024

Um Refúgio Num Mundo de Conteúdo Rápido

A Escolha Consciente de Manter um Blog

Numa época onde é tão fácil criar sites genéricos, impessoais, e recheados de conteúdos rápidos e sem profundidade, eu escolho algo diferente. Escolho o caminho menos percorrido. Escolho manter um blog. 

Manter um blog é um acto de amor e de resistência. É recusar-me a ser mais um entre tantos, é valorizar a essência do que realmente importa: a conexão humana através das palavras. Aqui, não há algoritmos para decidir o que tu deves ler ou anúncios para distrair a tua atenção. Há, sim, histórias, reflexões e sentimentos que vêm do coração, diretamente para ti.

Poderia optar por um site que apenas mostra informações de forma impessoal, mas onde estaria a alma nisso? Onde estariam as conversas profundas, as palavras escolhidas com carinho, a dedicação em cada linha? Um blog é um espaço vivo, cheio de autenticidade, onde cada texto é um pedaço de quem eu sou e de tudo o que acredito.

Manter este blog é minha forma de honrar a escrita e de oferecer a todos, leitores, algo que vai além do superficial. É minha forma de dizer que tu mereces mais do que conteúdo raso; tu mereces algo que inspire, que emocione, que faça pensar.

Então, convido-te a continuar esta jornada comigo. Vamos juntos valorizar o que é autêntico, o que é real, o que é escrito com a alma. Porque aqui, a cada post, há mais do que palavras. Há uma conversa sincera entre corações.


terça-feira, 1 de outubro de 2024

A vida não está preparada para a morte

A nossa cultura falha em nos preparar para a morte — e o que isso nos ensina sobre a vida?

Vivemos num paradoxo: a única certeza da vida é a morte, mas ela continua a ser um dos assuntos mais evitados na nossa sociedade. Desde cedo, somos ensinados a procurar a longevidade, a preservação da juventude e o acúmulo de conquistas. Queremos mais tempo, mais vitórias, mais segurança. No entanto, raramente somos incentivados a encarar a morte de frente, a entendê-la como parte natural do ciclo da vida.

Porquê? Porque vivemos numa cultura que foca no "viver para sempre", no evitar o envelhecimento, na negação da fragilidade. A morte é vista como uma falha, uma derrota, algo que precisa ser afastado. Mas, ao evitarmos o tema, estamos também a privar-nos de algo fundamental: a capacidade de encontrar profundidade e sentido em cada dia.

Há uma sabedoria antiga que diz que para viver verdadeiramente é necessário estar em paz com a ideia da morte. Isso não é resignação ou pessimismo, mas um entendimento profundo de que o que nos dá sentido é o facto de não termos um tempo infinito. No entanto, a nossa cultura não nos ensina a lidar com essa finitude. Somos educados para acreditar que a felicidade está em acumular coisas e experiências, mas não somos preparados para o momento inevitável de deixar tudo isso para trás.

A medicina convencional muitas vezes compartilha essa visão: foca-se em prolongar a vida, muitas vezes a qualquer custo, sem necessariamente promover a qualidade ou o bem-estar no processo. A morte é vista como um fracasso da medicina, um limite a ser superado. Mas o que acontece quando a cura do corpo físico não é possível? Quando a morte se aproxima, porque tantos se sentem perdidos, despreparados, incapazes de lidar com o fim?

E é aqui que práticas como a homeopatia podem oferecer uma visão mais ampla e humanizada. A homeopatia, ao tratar o ser humano como um todo — corpo, mente e espírito —, relembra-nos que a saúde não se resume à ausência de doença, mas ao equilíbrio entre todas as partes de quem somos. A saúde, no sentido mais profundo, é a harmonia entre a vida e a morte. O equilíbrio entre o que é finito e o que é eterno.

Quando falamos de preparação para a morte, não se trata de te entregares ao medo ou à angústia, mas sim de entender que a aceitação da morte nos ensina a viver com mais autenticidade. A abordagem holística da homeopatia oferece um caminho interessante para essa reflexão. Ela convida-nos a olhar para o corpo e a mente em constante interação, e lembra-nos que o processo de doença e cura é parte de algo muito maior. 

Ao aceitarmos que a morte é um processo natural e inevitável, também podemos começar a aceitar que o sofrimento, a dor e a fragilidade são partes intrínsecas da vida.

Ao falar sobre morte, não é sobre desistir da vida — pelo contrário, é sobre valorizá-la mais. Quando compreendemos que o tempo é limitado, somos levados a priorizar o que realmente importa: as relações profundas, os momentos de conexão verdadeira, o cuidado com a nossa saúde a  todos os níveis.

Falar de morte também pode levar-nos a uma reavaliação da nossa forma de viver. Será que estamos a dar atenção suficiente à nossa saúde emocional e espiritual? Estamos preparados para viver plenamente ou apenas para sobreviver mais um dia? A morte, paradoxalmente, pode ensinar-nos a viver com mais consciência, mais intenção.

É justamente essa consciência que parece faltar na nossa cultura. Somos incentivados a viver como se tivéssemos todo o tempo do mundo, adiando decisões, guardando sonhos para o futuro, tratando a saúde como uma questão secundária. No entanto, quando aceitamos a morte como parte inevitável do nosso ciclo, ganhamos uma nova urgência para viver a vida agora, sem medo.

Esse entendimento é essencial, não apenas na vida diária, mas também no campo da saúde. A medicina, assim como a homeopatia, deveria buscar não só a cura do corpo, mas também o equilíbrio da alma, ajudando-nos a viver e a morrer com dignidade. A cura nem sempre significa a ausência da doença; muitas vezes, é a paz com o ciclo da vida.

Ao preparar o espírito para a morte, preparamo-nos para a maior das revelações: que viver de verdade só é possível quando aceitamos o fim. Que, ao compreender a nossa finitude, libertamo-nos do medo que nos paralisa, e encontramos no aqui e agora o sentido mais profundo para a nossa existência.

E, no final, talvez a maior lição seja esta: aceitar a morte não é desistir da vida, mas abraçá-la com todo o seu peso, beleza e brevidade. É viver com coragem, sabendo que o fim está sempre à espreita, e que, paradoxalmente, é isso que dá à vida o seu valor mais precioso.


segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Entre Batalhas e Esperança

Há um tipo de amor que não se traduz em palavras. É o amor dos pais com o coração sufocado pela preocupação, que seguram as mãos frágeis enquanto aguardam o próximo exame, que se perdem em pensamentos durante a madrugada, tentando encontrar uma resposta que lhes dê esperança.

Esses pais conhecem profundamente o cheiro estéril dos hospitais e as paredes frias das salas de espera. Eles sabem que a vida não se resume a vitórias ou derrotas, mas sim a uma série de batalhas diárias, travadas em silêncio, longe dos olhos do mundo. São os pais de filhos doentes, que carregam aos ombros um peso invisível, mas nunca deixam de oferecer o seu melhor sorriso.

Para esses pais, o futuro é uma constante incerteza. Cada tosse, cada febre, cada momento de exaustão é um lembrete cruel de que a batalha nunca termina. Quando outros falam sobre as pequenas alegrias do dia a dia, eles perguntam-se, se um dia os seus filhos terão a possibilidade de experimentá-las plenamente.

O diagnóstico de uma deficiência profunda, de uma doença oncológica, crónica ou mental não é apenas uma notícia devastadora, mas um ponto de viragem. A partir daquele momento, a vida nunca mais será a mesma. Os dias passam a ser medidos por consultas, tratamentos, altos e baixos. E, ao mesmo tempo, esses pais descobrem uma força que nunca imaginaram possuir. Eles tornam-se especialistas no que os seus filhos precisam, lutadores incansáveis, defensores ferozes do bem-estar das suas crianças.

Mas com essa força, vem também um cansaço profundo. Um cansaço que não é apenas físico, mas emocional. Eles perguntam-se: “Estou a fazer o suficiente? Porquê o meu filho? Como explicar ao mundo a dor que ele sente e que eu partilho?”

E, no entanto, a cada sorriso que conseguem arrancar dos seus filhos, a cada pequeno progresso, sentem-se recompensados de uma forma que poucos podem compreender. Porque esses momentos são raros, preciosos, e por eles, estes pais dariam tudo. Eles aprendem a celebrar as vitórias mais simples, porque sabem que, no contexto de uma doença, nada é pequeno demais para ser celebrado.

A sociedade muitas vezes não compreende a profundidade desta dor. Não sabe o que é viver com a constante sombra do medo, nem como é amar alguém com tanta intensidade que até respirar se torna secundário. E é por isso que devemos, como comunidade, estender as nossas mãos, os nossos corações, a nossa compreensão.

Cada um desses pais é um herói silencioso, que luta por um amanhã melhor, mesmo quando o hoje parece insuportável. Eles carregam consigo uma lição de vida inestimável: o amor, mesmo na adversidade, é o que os mantém de pé. É o que os faz continuar a lutar, mesmo quando o mundo parece desmoronar.

Estes pais não lutam apenas por dias melhores, mas pela certeza de que, independentemente do que o futuro traga, eles fizeram tudo o que podiam. E essa é a sua maior conquista: a imensurável força de não desistir, de continuar, de acreditar que, mesmo nas noites mais escuras, o amanhecer trará novas possibilidades.


Este texto é uma homenagem a todos esses pais. A todos os que se cruzaram comigo no âmbito da minha prática clínica. Que eles encontrem força onde não há, esperança nas pequenas coisas, e que nunca se esqueçam de que, no meio da tempestade, há muitos corações que batem com eles, que torcem por eles, que acreditam que, por mais difícil que seja a caminhada, o amor encontrará sempre uma forma de se transformar em esperança. 

E melhores dias virão, um dia…


sexta-feira, 2 de agosto de 2024

O Monstro Chamado Ansiedade

A ansiedade é um monstro silencioso ao melhor estilo de “Stranger Things”, que habita nas profundezas da nossa alma, uma sombra que nos acompanha em cada passo, em cada batida do coração. Ela não pede permissão para entrar, não bate à porta com cortesia. A ansiedade simplesmente se instala, tomando conta dos nossos pensamentos, corroendo as nossas esperanças, alimentando os nossos medos.

Viver com ansiedade extrema é como caminhar numa corda bamba, onde cada passo é uma luta para não desabar no abismo.

Acordar todas as manhãs é um desafio, pois o peso da ansiedade é a primeira coisa que sentes. O coração acelera sem motivo, as mãos enchem-se de suor frio, e a mente sempre repleta de pensamentos sombrios e esmagadores.

É difícil explicar a quem nunca viveu isto. É como estar constantemente à beira de um precipício, sentindo que a qualquer momento podes cair. As tarefas mais simples do dia a dia transformam-se em maratonas extenuantes. Ir ao supermercado, atender uma chamada, ou até mesmo sair da cama, tornam-se batalhas contra uma força que parece invencível.

Os pensamentos correm desenfreados, como um rio que transborda que não pode ser contido. "E se algo acontecer?", "E se eu falhar?”, “E se não tenho dinheiro?”, "E se el@s não gostarem de mim?”, “E se? E se? E se?…” Estas perguntas ecoam incessantemente, uma massa sonora de incerteza que nunca silencia.

A ansiedade é como um invasor que se infiltra na mente, subvertendo a lógica e a razão, distorcendo a realidade até que tudo o que resta é uma sensação de medo esmagadora. É como estar preso numa tempestade incessante, onde os raios de incerteza iluminam os céus, e as rajadas de dúvida e insegurança envolvem-te e paralisam-te. Não há abrigo, não há refúgio, apenas um desejo desesperado de escapar dessa prisão invisível.

Para muitos, a luta contra a ansiedade é uma batalha diária, uma guerra travada em silêncio, longe dos olhos curiosos do mundo. As noites são longas e solitárias, preenchidas com pensamentos inquietos que surgem sem cessar. O sono é uma dádiva rara, um luxo que se torna cada vez mais difícil de alcançar. Durante o dia, a máscara da normalidade é usada com esforço, escondendo o turbilhão interior que ameaça transbordar a qualquer momento. É um estado de alerta permanente.

A ansiedade extrema é um monstro que suga a energia, a alegria, a esperança. Fazendo-nos questionar a nossa própria sanidade, a nossa capacidade de lidar com a vida. Amigos, familiares e até profissionais de saúde tentam ajudar, mas as suas palavras de conforto muitas vezes parecem distantes, incapazes de atravessar a barreira de medo e insegurança que nos envolve.

Ela pode atingir em roleta russa qualquer um. Crianças, adolescentes, qualquer orientação sexual, ricos e pobres. Se pensam que só acontece aos outros, pode ser fatal.

Chorar em silêncio, quando ninguém está por perto, é uma rotina comum. A almofada torna-se uma confidente muda, absorvendo lágrimas de angústia e frustração. Sorrir é uma máscara, um esforço doloroso para esconder a tormenta interna. Em festas e reuniões, és o fantasma que tenta interagir, que ri nos momentos certos, mas por dentro, estás a gritar por socorro.

Essa luta incessante desgasta-te, deixa-te exaust@. Olhas ao espelho e mal reconheces a pessoa refletida. A ansiedade rouba-te a identidade, transforma-te em alguém que não conheces. Há dias em que a esperança parece uma ilusão, um laivo distante que nunca alcanças.

O isolamento torna-se um refúgio, mas também uma prisão. Cada convite recusado, cada evento evitado, aumenta a sensação de solidão. As paredes da tua casa, antes um abrigo, começam a fechar-se, transformando-se em barreiras que te afastam do mundo. A sensação de não pertencer a lugar algum, de ser um estranho na própria vida, é devastadora.

A Homeopatia como aliada:

Se tu ou alguém que conheces luta contra a ansiedade, considera a homeopatia como uma aliada nesse percurso. Acredita na possibilidade de uma vida mais serena, onde não é a ansiedade que dita as regras.

A jornada para superar a ansiedade é longa e árdua, mas não precisa ser solitária. Com a ajuda da Homeopatia, em complementaridade com a abordagem psiquiátrica e psicoterapia, é possível encontrar uma nova perspectiva, uma nova forma de enfrentar os desafios diários. 

A Homeopatia pode ir muito longe!

Este texto é para te lembrar que por mais sombrio que o caminho possa parecer, há sempre uma luz no final do túnel. A esperança renasce, e com ela, a certeza de que dias melhores virão. 

A Homeopatia pode ser essa luz!!


quarta-feira, 3 de julho de 2024

O Insustentável Peso de Ser

Tantas e tantas mulheres sabem do que falo! Vejo estes casos frequentemente na minha clínica. 

Não podemos deixar que esta sociedade, supostamente evoluída, continue a drenar as mulheres da pouca vitalidade que ainda têm. 


A vida de muitas mulheres é uma dança constante entre o relógio e as expectativas. Cada novo dia traz uma lista interminável de tarefas, enquanto cada anoitecer carrega consigo o peso das responsabilidades não concluídas. 


No silêncio da madrugada, quando finalmente a cama as ampara e um sono amnésico é apenas um vislumbre, o cansaço físico é abafado pelo turbilhão mental. Elas são mães, profissionais, filhas, amigas – mulheres que, aos olhos do mundo, parecem ter tudo sob controle. Mas por dentro, estas mulheres sentem-se vazias, drenadas, com a alma comatosa.


O burnout não chegou de repente; ele foi dando sinal lentamente, esgotando as suas forças, minando o seu espírito.


Esta é a história de muitas mulheres que, na busca incessante por um equilíbrio e perfeição que não existe, que é inglório e inatingível, encontram-se perdidas na vastidão das suas próprias vidas.


Burnout: a inviabilidade da sociedade atual.

 

Para muitas mulheres, o burnout começa com a pressão constante de desempenhar múltiplas funções na perfeição. A sociedade espera que elas sejam profissionais exemplares, mães perfeitas, companheiras atenciosas, filhas sempre presentes e amigas disponíveis. No entanto, o dia tem apenas 24 horas, e o desgaste de tentar equilibrar todas estas responsabilidades tem o seu preço. 


A comparação com a real irrealidade das redes sociais, do suposto brilhantismo da vida dos outros, ou de um sonho desenhado pelo inconsciente, torna-se um hábito corrosivo, que só intensifica a sensação de inadequação e exaustão.


Os sintomas do burnout muitas vezes são invisíveis para os que estão próximos, mas devastadores para quem os sente.


Acordar cansada, mesmo após uma noite de sono. Pequenas tarefas, que antes eram triviais, transformaram-se em fardos insuportáveis. A irritabilidade torna-se uma companheira constante, e momentos de alegria genuína tornaram-se raros. 


É como uma sensação de desconexão de si mesma e dos outros, dentro de um ciclo vicioso de trabalho e exaustão, sem ver uma saída.


Impactos:


O impacto do burnout vai para além do cansaço físico. Ele afeta profundamente a saúde mental e emocional. 


O burnout provoca nestas mulheres uma sensação de desesperança e frustração, corroendo a sua auto estima, apagando o seu brilho interior. 


As relações pessoais sofrem, pois a paciência e a energia para se dedicar aos filhos, companheiro, família e amigos diminuem. A sexualidade, consequentemente inexistente, torna-se motivo de desavenças relacionais. 


A fase Peri-menopausa e pós-menopausa agudiza tudo. As alterações hormonais são muito intensas e têm uma ligação direta com as emoções. Como alguém disse : “ As hormonas são o veículo da alma”. O corpo em mudança, o fim da idade fértil, a consciência real do envelhecimento, são fatores gerenciadores de angustia e são alimento nutritivo para o burnout. 


No trabalho, a produtividade e a criatividade implodem, e as falhas tornam-se mais frequentes. É um ciclo vicioso e interminável, onde o cansaço leva ao erro, e o erro aumenta o cansaço.


Encara o problema. Define prioridades. Procura ajuda. 


Este texto é um apelo para que todas as mulheres, sobrecarregadas pela busca incessante pela perfeição, lembrem-se de que cuidar de si mesmas não é um luxo, mas uma necessidade.


A Homeopatia como aliada:


A Homeopatia dispõe de uma farmacologia muito extensa e tem muitos recursos para ajudar a minimizar os sintomas associados ao burnout. 


Os medicamentos homeopáticos, juntamente com uma suplementação adequada e uma alimentação em sinergia, fazem toda a diferença na inversão do trilho rumo ao temível burnout.


Se te retrataste neste texto, porque não experimentar?


quarta-feira, 5 de junho de 2024

Homeopatia: Uma Abordagem Complementar para mais saúde

Vivemos num mundo onde a medicina convencional é dominante e, muitas vezes, esquecemos que as diferentes abordagens terapêuticas podem oferecer muito à nossa saúde e bem-estar. 

A homeopatia, uma prática terapêutica que remonta ao século XVIII, emerge como uma alternativa complementar eficaz que merece ser considerada. É importante destacar algumas das vantagens que a homeopatia oferece, de forma a que mais pessoas possam recorrer e beneficiar da sua eficácia clínica:


Abordagem Holística: Ao contrário do tratamento sintomático (supressão de sintomas) da medicina convencional, a homeopatia trata o paciente como um todo. O homeopata considera não apenas os sintomas físicos, mas também os aspectos emocionais, mentais e espirituais do indivíduo, tentando tratar a causa fundamental da doença e promovendo a cura completa.

Segurança e Ausência de Efeitos Secundários: Os medicamentos homeopáticos são altamente diluídos e preparados de acordo com os princípios da "lei dos semelhantes”, ou seja, é escolhido um medicamento que provoca um quadro de sintomas idêntico ao que o doente apresenta. Como não têm toxicidade, significa que eles são seguros para uso em todas as idades, incluindo crianças e mulheres grávidas, e geralmente não apresentam efeitos secundários indesejados.

Personalização do Tratamento: Cada paciente é único, e a homeopatia reconhece isso. Os remédios homeopáticos são prescritos com base nas características individuais de cada pessoa, levando em consideração os seus sintomas específicos, a sua constituição física e emocional e até mesmo a sua história familiar.

Tratamento Preventivo: Além de tratar doenças existentes, a homeopatia também pode ser usada de forma preventiva para fortalecer o sistema imunitário e evitar futuros problemas de saúde. Isto é especialmente benéfico em tempos de aumento do stress, dos problemas de saúde mental, da alimentação deficitária e da exposição a agentes patogénicos, sobretudo nas crianças.

Complementaridade com Outras Terapias: A homeopatia não exclui outras formas de tratamento médico; pelo contrário, ela pode ser facilmente utilizada em complementaridade com outras terapias, como a medicina convencional, a acupuntura, a osteopatia, fitoterapia, quiroprática, ou a fisioterapia, potencializando os resultados e proporcionando uma abordagem mais abrangente aos cuidados de saúde.

Respeito ao Equilíbrio Natural do Corpo: Em vez de suprimir os sintomas, a homeopatia trabalha em harmonia com os processos naturais de cura do corpo, estimulando-o a recuperar o seu equilíbrio interno e a restaurar a saúde de forma suave e duradoura.

Ao considerar as vantagens da homeopatia como medicina complementar, abrimos as portas para um cuidado mais abrangente e personalizado para a nossa saúde física, emocional e mental. Embora possa não ser uma solução única para todos os problemas de saúde, a homeopatia oferece uma abordagem inócua e muito eficaz que merece ser explorada e integrada nos cuidados de saúde primários. 

Se a Homeopatia fosse integrada nos serviços de saúde públicos dando aos cidadãos o direito a escolherem terapias complementares como parte do seu tratamento de saúde, teríamos com toda a certeza, uma sociedade mais saudável e, consequentemente, menos despesa pública no setor da saúde. 


sexta-feira, 24 de maio de 2024

Emoções

Hoje tenho que escrever! 

Sinto uma necessidade de partilhar emoções no meu espaço, neste meu companheiro de jornada que faz hoje 16 anos. 


É por isto que gosto tanto deste blog e tenho resistido a ter um site. Este espaço tem sido o reflexo de todos os momentos do meu trabalho, uns bons, outros não tão bons, mas é o meu espaço de partilhas, de estados de alma…as palavras não são só um meio de comunicação, são o veiculo de ligação com os outros e esta ligação é tão importante num mundo cada vez menos humanizado e mais digital. 


Neste blog não quero espelhar a infeliz felicidade das redes sociais. 


Trabalhar como homeopata não são só “rosas”, tenho muitos momentos de desalento. Sentir o sofrimento de tantas pessoas, as vitórias da doença, a dúvida constante se podia ter feito mais, o inglório destino traçado que nenhum conhecimento médico no mundo pode contrariar, é indescritivelmente duro de aceitar e de presenciar. 


Estou no final da semana e no meio de tantas boas consultas, emails e mensagens positivas de inúmeros sucessos clínicos que, obviamente, me deixam muito feliz, há sempre aquela consulta…aquela que não me sai da cabeça. Aquela que me mostra a realidade crua, dura, monstruosa do inimaginável sofrimento maior a que um ser humano pode ser sujeito. 


Presenciar o fim anunciado de um filho para uma doença que derrota tudo e todos, derrota a mais avançada ciência médica, derrota a Homeopatia, derrota até a fé divina, é uma provação imensurável. Aqueles pais…aqueles corações…ao olhar para eles, senti-me sem chão.


Ninguém nos ensina a dizer as palavras certas. Será que há palavras certas?

sábado, 6 de abril de 2024

A ciência comprova a eficácia da Homeopatia

Esta semana, foi publicado um estudo que considero dos mais importantes, penso que posso dizer até, o mais importante estudo científico sobre a eficácia dos medicamentos homeopáticos. 

É com enorme alegria que vejo o método científico, rigoroso e bem orientado, ser aplicado à Homeopatia e com resultados claros no que respeita à ação dos medicamentos homeopáticos após as diluições. 


Nos últimos oito anos a equipa de pesquisa da Academia Internacional de Homeopatia Clássica, com a orientação do Professor George Vithoulkas sendo a chefe de equipa a Dra. Camelia Grosan, tem trabalhado arduamente para apresentar evidências conclusivas que refutem o grande cepticismo permanente em torno dos medicamentos homeopáticos. 


Através de uma combinação meticulosa de técnicas analíticas avançadas, incluindo microscopia eletrónica de transmissão (TEM), espectroscopia Raman e algoritmos de aprendizagem profunda (DL), este estudo confirma com sucesso que os remédios homeopáticos estão ativos após as diluições.


A investigação centrou-se na avaliação das características morfológicas de soluções altamente diluídas de ouro (Aurum Metallicum) preparadas tanto em etanol quanto em água, em três diferentes níveis de potenciação (6CH, 30CH e 200CH).


As descobertas apresentadas nesta pesquisa, resolvem definitivamente o debate sobre as altas potências em homeopatia.


O que sabíamos empiricamente através da prática clínica, foi agora demonstrado por um rigoroso estudo científico. 


Os meus parabéns ao Professor George Vithoulkas e sua equipa e um grande obrigado pelo que têm feito por esta eficaz terapêutica aos longo dos anos. 


Bem hajam!!


Pode consultar o estudo clicando aqui: Estudo Científico