domingo, 23 de agosto de 2015

Uma vida com mais sentido



Já há vários meses que não escrevia no meu blog. 

Este blog surgiu da vontade de partilhar as minhas emoções, os meus altos e baixos como homeopata, de forma a que quem lê, possa conhecer o outro lado, a pessoa que está por trás do profissional. 

A verdade é que estes meses têm sido muito atípicos. Se por um lado o meu fascínio e paixão pelo meu trabalho e, pela Homeopatia no geral, está cada vez mais intenso, por outro lado, a conjuntura que envolve a Homeopatia em Portugal e no mundo, ofusca o brilho dos dias. É como se aquela nuvem chata que não deixa os raios do Sol aquecerem um dia frio de inverno, teimasse em não se dissipar. 

A nuvem afecta a humanidade e não só a Homeopatia, é o cepticismo ignorante, os preconceitos, a inveja, a meledicência, a dificuldade em sentir alegria com o sucesso do outro, a impessoalidade dos dias, o egocentrismo, a crueldade com todos os seres vivos, a cegueira e a surdez selectiva, a indiferença, a raiva, a revolta, o ressentimento… É só ligar a televisão para vermos esta dura realidade.

Um dia surge a doença. Um dia todas as prioridade se alteram. Um dia vem a consciência que nada fez sentido.

Ao longo destes anos e depois de milhares de consultas, sinto que o meu trabalho faz a diferença. A Homeopatia faz a diferença. 

Lembro-me de dezenas de casos, outros perderam-se no esquecimento inevitável do passar do tempo, mas de alguma forma, seja pela eficácia da farmacologia, seja pelas mudanças na alimentação e nos hábitos de vida, seja por uma simples conversa, tem valido a pena.

A Homeopatia é uma arte e se é arte, implica talento. Não chegam os conhecimentos técnicos e o pragmatismo médico para ter sucesso. A nova lei de enquadramento das terapias não convencionais, que foi elaborada de forma transversal a todas as terapias, sem respeitar a especificidade de cada prática, irá desvirtuar a essência, a filosofia da Homeopatia. A medicina homeopática não resulta, se for feita com base em protocolos, nunca resultou e nunca irá resultar. É uma pena que estejamos a caminhar neste sentido.

Acompanho casos muito graves e dramáticos. Crianças com doença oncológica, doenças degenerativas, doenças crónicas severas dos mais variados foros, patologias respiratórias recorrentes, etc, etc.

Para além de medicar com a eficaz farmacopeia homeopática, é estar ao lado, é estar disponível 365 por ano, é emocionar-me com os pais e lutarmos juntos para minimizar o sofrimento de uma criança, é acreditar na recuperação do doente e fazer o doente acreditar, é simplesmente ser eu próprio.

Nem os cépticos, nem interesses obscuros, nem uma lei de enquadramento (desenquadrada), podem alterar o mais poderoso dos valores, o amor pelos outros. Isto é medicina!

Ontem o concerto do Pedro Abrunhosa apelava ao Amor, dizia ele: “façam o bem pelos outros…"

Sejamos notados pelas nossas acções e não pela fraqueza dos outros. Assim a vida faz sentido, tudo o resto é acessório.

Nuno Oliveira