quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Em jeito de balanço 2014

Hoje estou particularmente feliz e motivado.

Um grupo de crianças que eu acompanho que frequentam o mesmo infantário, fizeram um quadro lindo e ofereceram-me como prenda de Natal. 



Para além disto, tenho recebido várias obras de arte feitas pelos meninos/as que me têm chegado pelo correio.





Eu sou particularmente sensível a estas prendas e, emociono-me sempre que as recebo.

Ao longo de mais um ano, dei o meu melhor para ajudar todas as crianças que vêm até mim a serem mais saudáveis, a evitarem os constantes antibióticos, anti histamínicos, bronco dilatadores, etc.

Ajudei também, muitas crianças a comerem melhor, a melhoria nutricional tem sido uma grande aposta nas minhas consultas e com resultados excelentes. 

A Homeopatia tem ajudado milhares e milhares de pessoas em todo o mundo. 

Apesar dos constantes ataques por parte de alguns cientistas sem qualquer relevância na classe científica global, assiste-se ao gradual interesse de médicos, investigadores, físicos, químicos, entre muitos outros, em saberem mais sobre a eficácia inquestionável desta medicina. 

Em Portugal têm tentado desacreditar a Homeopatia. Algumas pessoas ligadas à ciência, reagiram muito mal à regulamentação da Homeopatia pelo Ministério da Saúde, que foi publicada há dois meses em Diário da República. 

A comunidade científica portuguesa, felizmente, não partilha desta arrogância de alguns dos seus colegas. Aliás, é muito interessante o facto de eu ter na minha consulta, pacientes que trabalham ou trabalharam com alguns dos mais críticos da Homeopatia. Estes meus pacientes, também investigadores, são defensores e recorrem frequentemente aos benefícios desta prática. Não deixa de ser curioso:):)

Como costumo dizer: “podem falar mal, mas falem”...

No fim de mais um ano de muito trabalho e muito empenho, o balanço é o melhor possível.

Não posso deixar de agradecer a todos os que confiam na Homeopatia e em particular no meu trabalho. Tenho trabalhado muito para dar a melhor imagem possível da medicina homeopática, o que só é possível com resultados clínicos claros e inequívocos. Ninguém vem à minha clínica só porque sim. As pessoas procuram-me porque conseguem resultados, porque sentem que os medicamentos ajudam, porque recomendam aos amigos, familiares, colegas, etc, só assim se pode ter uma prática de sucesso. 

Muitos são os médicos da medicina convencional que me referenciam pacientes. Obrigado pela vossa confiança e pela abertura em trabalhar em complementaridade.

Espero continuar a merecer a confiança de todos, porque estarei por cá a dar o meu melhor para ajudar quem precisa e a trabalhar arduamente para que a imagem da Homeopatia seja cada vez mais positiva junto da população. 

Por fim, não posso deixar de escrever umas palavras dirigidas a todos aqueles que, infelizmente, já não estão entre nós e eu nunca me esqueço deles, especialmente os “meus” meninos e meninas. Trabalhar em medicina, seja ela qual for, é sinónimo de sucessos mas também de insucessos:(

Estejam onde estiverem, estejam em paz e a olhar por nós.

Boas festas para todos com tudo de bom!!




terça-feira, 4 de novembro de 2014

Obsoletismo

Será que precisa de ir às compras esta semana?

Será que precisa de trocar o seu telemóvel com dois anos de uso que funciona perfeitamente?

Será que precisa mesmo das novas funcionalidades do mais recente computador?

Sendo a Homeopatia uma medicina holística, ou seja, vê a pessoa como um todo, temos também a obrigação de ver o Universo como um todo, por isso, gostava de chamar a vossa atenção para o problema do lixo que produzimos devido à necessidade consumista.

Rapidamente, qualquer "Gadget" torna-se obsoleto, mesmo não o sendo e funcionando perfeitamente.

O Obsoletismo é uma técnica usada pelas empresas, de forma a criar a necessidade de compra de determinado objecto, com base na sensação que é muito inovador. Com esta técnica, o consumidor é levado a pensar que o objecto que possui actualmente está obsoleto.

Os objectos são, hoje em dia, projectados para durarem apenas um tempo limitado. Posso dar o exemplo dos automóveis, dos telemóveis, dos electrodomésticos, etc.

Este consumismo sem limites tem, como consequência directa, o enriquecimento continuo das empresas que o promovem, mas indirectamente, provoca um empobrecimento dos consumidores, bem como uma pegada ecológica irreversível.

O lixo electrónico e o material plástico não reciclado, são dos maiores flagelos que a humanidade terá que enfrentar no futuro.

Pensem nisto…







quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Leonor



Está tudo dito! 

Milhares e milhares de comentários por essa internet fora, espelham a luta diária das crianças com problemas oncológicos. 

Ontem partiu a Leonor:(

Excelentes oncologistas, cirurgiões, enfermeiras, auxiliares, lutaram para que o desfecho fosse outro.

Eu próprio que acompanhava clinicamente a Leonor, dei o meu melhor para que o desfecho fosse mais feliz.

Infelizmente, mais uma vez, todo o empenho, conhecimentos técnicos, os melhores fármacos, não foram suficientes para derrotar esta maldita doença. 

Pergunto! Vale a pena tanta arrogância em relação à medicina homeopática, num combate tão desigual contra o cancro?

Não seria melhor unirmos esforços em vez de estarmos de costas voltadas?

Para quê tanto azedume em relação à medicina homeopática, quando poderíamos trabalhar lado a lado em função dos doentes?

Confesso que não tenho tempo para aprofundar estas questões, porque apesar de estar destroçado com a partida da Leonor, hoje às 8 horas já tinha um pai de uma criança de 3 anos com um problema oncológico muito grave a pedir a minha ajuda na clínica. 

Infelizmente a luta continua. 

Crianças como a Leonor vieram a esta vida para nos dar força, força que tanto preciso, para poder ajudar tantas outras crianças que sigo em consulta. Embora nestas alturas essa força teime em não aparecer…

Até sempre princesa:):)

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

100 000 visitas



Há alguns anos atrás, decidi iniciar um blog de forma a partilhar com quem quisesse ler, a minha enorme paixão pela Homeopatia.

Tinha como intenção, mostrar um lado mais pessoal, mais humanizado de um profissional que usa a farmacopeia homeopática para ajudar quem precisa. 

Sem me aperceber, o meu trabalho cresceu exponencialmente. O blog que começou com 4 visitas por semana, atingiu agora 100 000 visitas

Para um blog, cujo tema é algo ainda tão desconhecido das pessoas, é notável:):)

Tenho trabalhado muito, mas mesmo muito! São 365 dias por ano de dedicação aos meus pacientes e ao que mais gosto de fazer na vida. 

Assumi, como se de uma missão se tratasse, que iria trabalhar, lutar, gritar pela credibilização e reconhecimento desta forma de medicina junto das pessoas, principalmente dos doentes. 

A injustiça à qual a Homeopatia está sujeita, deixa-me triste. Milhares de pessoas beneficiam diariamente da excelente eficácia, da rapidez de actuação, do baixo preço dos medicamentos, da isenção de toxicidade, etc, mas mesmo assim, ainda subsiste uma cultura de descrédito e desvalorização de uma medicina que pode ajudar tantas pessoas. 

Eu próprio, tantas vezes atacado...

Embora também trabalhe com adultos, nestes anos em que tenho abraçado a Homeopatia Infantil de uma forma muito especial e dedicada, concluo que o meu trabalho não é em vão. 

Está a nascer uma nova geração que verá a Homeopatia como algo natural nas suas vidas, que certamente quando crescerem, não farão parte do grupo de pessoas, que por ignorância, tanto criticam injustamente a medicina homeopática. 

Por outro lado, muitos médicos com quem trabalho, já perceberam os benefícios da complementaridade entre a Homeopatia e a medicina convencional. 

Este é o caminho! 

Com o devido respeito pelas competências de cada profissional, é fundamental esta aproximação para que tenhamos melhores resultados clínicos.

O homeopata não pode ser visto como charlatão. É um profissional qualificado, com muitos anos de estudo e que merece respeito como qualquer profissional de qualquer área.

As barreiras são muitas, mas as mentalidades estão a mudar. 

Depois de 100 000 visitas...

O que dizer às mães e pais que confiam na Homeopatia e em particular no meu trabalho?
O que dizer às mensagens emotivas de reconhecimento que recebo?
O que dizer do que tenho aprendido com os meus pacientes ao longo dos anos?
O que dizer por ter o privilégio de trabalhar com prazer?
O que dizer por merecer a confiança de tantas e tantas pessoas?


...Obrigado!!

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Minimalismo = Liberdade = Saúde

A Homeopatia é muito mais do que uma forma de medicina, é também uma forma de estar na vida.

A visão holistica da Homeopatia (ver a pessoa como um todo), é fundamental para que o objecto de focalização seja a saúde e não a doença, ao contrario da medicina convencional que se foca essencialmente na patologia em si mesma.

Assim, achei por bem falar-vos do conceito minimalista, que me parece matéria interessante para que possamos pensar em soluções para preservarmos a saúde.

Nos últimos anos tenho vindo a aprimorar o conceito minimalista em todas as facetas da minha vida.

Posso concluir, que vivemos com excesso de bens, muitos deles sem qualquer utilidade prática e que nos dificultam a vida e nos provocam stress e ansiedade.

Quem nunca abriu o roupeiro e sentiu ansiedade por vê-lo tão cheio de coisas que não têm qualquer utilidade?

Proponho um exercício:


Certamente vão conseguir ganhar espaço:)

Muitas pessoas passam anos a trabalhar com o objectivo de terem determinados bens, muitas vezes não para suprirem as suas necessidades individuais, mas para alimentarem uma adição, adição esta, tão subtilmente criada por uma sociedade sem valores, onde o consumismo desenfreado traz uma falsa sensação de bem estar e segurança.

Esta é a mesma sociedade que investe no medo. Na minha opinião, o medo está na origem de grande parte das situações de desequilíbrio emocional que vivemos actualmente. Temos medo de não ter sucesso, temos medo de não ter dinheiro, de não termos status, no fundo preocupa-nos fundamentalmente a imagem que passamos aos outros e não a imagem que temos de nós próprios.

Se os bens que compramos são em excesso e vão muito para além das nossas necessidades específicas, comprometemos a nossa liberdade individual. A privação da liberdade individual, pode ser causa de inúmeras patologias.


A nossa vida deve ser rica em experiências e não em objectos de consumo. No caso das crianças, quando pensamos em prendas de aniversário, é importante pensarmos o que realmente as marca para a vida. Serão os brinquedos fúteis e que facilmente deixam de usar, ou será uma experiência em família?? Experimentem, por exemplo, presentear uma criança com um dia passado no Jardim Zoológico, onde podem ser parte interventiva na alimentação dos animais e acompanhar os tratadores. Vão constatar, que com o mesmo valor monetário de um brinquedo sem utilidade, marcam o vosso filho/a para toda a vida. Dei este exemplo do Jardim Zoológico, mas poderia dar muitos outros.


Ter objectos em excesso pode complicar a nossa vida. Uma casa cheia de "tralha", é uma fonte de ansiedade e de stress constante, quanto maior for a casa, mais se acumula.

Mas não é só em casa que se acumula "lixo". A nossa mente é, também, facilmente ocupada por pensamentos ruidosos, corrosivos, auto-destrutivos, que nos alteram emocionalmente e abrem a porta à doença.

Aproveitemos o verão, para fazermos uma limpeza à nossa vida. Ofereçam o que não usam a quem precisa, certamente muitas pessoas utilizaram esses bens nas suas necessidades específicas e, não se esqueçam, depois da limpeza da casa, há que investir na limpeza da mente.


É interessante constatar que viver com menos é viver mais!

Imagens: Becoming Minimalist


domingo, 16 de março de 2014

Formação na Índia


Estive recentemente na Índia onde participei numa acção de formação, que excedeu todas as minhas melhores expectativas.

A coordenação do curso ficou a cargo de um dos mais reconhecidos homeopatas do mundo da actualidade. Eu já tinha estado com ele na Alemanha, no Congresso Mundial de Oncologia Homeopática e mais recentemente, no Congresso Europeu de Homeopatia em Riga, Letónia. 

Dentro da Homeopatia clássica unicista, que é o método homeopático que pratico exclusivamente, é uma figura incontornável, não só pelos sólidos conhecimentos técnicos, como pela simplicidade com que transmite o conhecimento. É um prazer ouvir alguém com tanta experiência clínica, falar de Homeopatia ao mais alto nível. 

Ter estado todo este tempo no centro clínico deste grande especialista em Homeopatia infantil (e não só) foi, até agora, a melhor formação de pós graduação que fiz na minha carreira, tendo em conta todos os conhecimentos técnicos que adquiri durante esta experiência em terras indianas.

Sinto-me um privilegiado! 

A Homeopatia é uma ciência que está sempre a evoluir, não podemos estagnar no conhecimento. Devido à específica complexidade desta medicina, temos pela frente uma vida inteira de estudo.

Estou totalmente centrado em praticar Homeopatia ao mais alto nível, continuar a evoluir, continuar a aprender...só assim podemos credibilizar a nossa prática.

Os meus pacientes esperam isso de mim, não pode ser de outra forma.

E como não há uma sem duas, já estou a pensar em mais uma formação este ano. Desta vez não será na Índia:)

Como ainda estou com o balanço indiano, resta-me dizer:

NAMASTE :):)

sábado, 25 de janeiro de 2014

O medo e a sociedade actual



O meu trabalho com Homeopatia Infantil tem sido consistente ao longo dos anos. Apesar de também trabalhar em saúde de adultos, as consultas com os pequenotes têm-me mostrado algumas realidades que, do meu ponto de vista, estão erradas na nossa sociedade. 
Uma das principais, é o clima de medo que paira sobre todos nós. Interessa a muitos sectores que assim seja. 
É comum os pais na consulta pedirem “medicação forte”, porque não podem faltar ao trabalho, ou em situações piores, administrarem os famosos antipiréticos antes de levarem a criança ao infantário, de forma a poderem ir trabalhar.  A facilidade e irresponsabilidade com que se utilizam os antipiréticos hoje em dia é extremamente preocupante, uma vez que se perdeu a noção de que são medicamentos e que têm impacto nocivo a nível multi orgânico. Muitos pais e até infantários, perante uma temperatura de 37,5, utilizam sem qualquer critério os antipiréticos, de forma a suprimir um sintoma, que por si só, é um mecanismo de defesa do corpo.
Será que esta tendência exagerada de recurso a estes fármacos tem dado resultado? Será que as crianças estão mais saudáveis e imunitariamente mais resistentes?
Com a minha experiência em Homeopatia infantil posso dizer garantidamente que não. 
As crianças estão hoje em dia, cada vez menos resistentes, cada vez se vêm mais crianças com problemas respiratórios recorrentes, medicados com broncodilatadores, anti histamínicos, corticoides, antibióticos, antipiréticos constantes, etc, etc. 
Criou-se hoje em dia, um clima de medo em relação à doença e particularmente em relação aos sintomas da doença. O mais fácil é “varrer para baixo do tapete”, escondendo, suprimindo, não curando. Isto é um flagelo que afecta muitas famílias e é desesperante para os pais verem as suas crianças,  constantemente doentes e excessivamente medicadas. 
Tenho dito sempre, que o melhor caminho é a complementaridade entre medicinas. Eu não sou de todo, um radical anti medicação química. Quando há verdadeiramente necessidade de os utilizar, que assim seja. No entanto, se houver uma maior aproximação e abertura entre a pediatria e a Homeopatia infantil, conseguimos resultados extremamente positivos, na redução do recurso a químicos agressivos e no fortalecimento do sistema imunitário, uma vez que uma percentagem muito elevada dos medicamentos utilizados hoje em dia, são totalmente dispensáveis. 
Digo isto, porque tenho trabalhado em complementaridade com alguns pediatras convencionais, com resultados muitíssimo bons. 
Para que isto aconteça, deverá acabar o clima de medo incutido na sociedade, sobre o recurso a tratamentos homeopáticos. Os médicos convencionais deverão mostrar abertura e os pacientes deverão recorrer naturalmente à Homeopatia, sabendo que ao procurarem um profissional credenciado e experiente, nada têm que recear. 
Por outro lado temos um problema sociológico. A falta de tempo, precipita o excesso de medicação. Os empregadores não facilitam a flexibilização horária no apoio à criança e por isso não há uma cultura de convalescença adequada. Poucos são os pais com capacidade para ficarem uma semana em casa até que as crianças fiquem efectivamente curadas. 
Em alguns países nórdicos a regra geral é 8-8-8. Oito horas a trabalhar, oito horas com a família e/ou lazer e oito horas a dormir. No nosso país, assistimos ao que chamo escravatura da produtividade. Somos dos países cujos trabalhadores estão mais horas no local de trabalho  (nem sempre a trabalhar), há horas para entrar e não há horas para sair.
Muitas crianças entram no infantário às 7:30/8h e saem às 19:30. Chegam a casa, tomam banho, jantam e vão dormir. É sempre assim, de segunda a sexta feira. Ao fim de semana, os pais têm que limpar a casa, ir às compras, etc, etc.
Que sociedade pode ser saudável, quando as crianças estão a ser criadas pelas educadoras de infância? As educadoras fazem um trabalho fantástico na sociedade, tendo em conta que muitas delas são também mães, mas não podem substituir os pais na educação e na manutenção dos laços afectivos entre pais e filhos. 
Quantas pessoas, cujo horário de saída é, por exemplo às 17:30, não saem, porque há sempre um chefe, ou até colega que olha ironicamente para o relógio com um ar desaprovador, como se cumprir o horário de trabalho fosse um pecado mortal?
Onde está a produtividade portuguesa com esta cultura do medo? Será que as pessoas são mais produtivas debaixo de um regime empresarial, que castra o trabalhador e lhe nega um direito tão básico como o de estar feliz?
A sociedade tem que mudar a este nível. Os pais têm que ter atitude, têm que ser capazes de dar a volta a esta forma de vida que prejudica claramente as crianças. 

A Homeopatia em complemento da medicina convencional, pode ser uma ajuda enorme na melhoria do estado de saúde das crianças, bem como dos adultos, no entanto, não chega, precisamos de mais atitude, de menos medo, de mais vida.