sábado, 18 de outubro de 2008

Artigo publicado na revista Máxima - Nov/2008

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Conferência com Rajan Sankaran


Estive na passada semana cinco dias com uma das minhas referências em Homeopatia, o Dr. Rajan Sankaran.
A conferência realizou-se em Galway na Irlanda e foi uma experiência muito enriquecedora.
Para mim, o Dr. Sankaran é um dos melhores homeopatas do mundo, um génio que criou um novo método de ver e aplicar os conceitos homeopáticos. Li quase todos os livros dele e sempre me perguntei, como é possível chegar tão longe, como é possível ter uma visão tão projectada no tempo. Percebi nesta conferência que é pura paixão pela Homeopatia, entrega total a esta arte de curar. Tal como ele, outros o fizeram: Hahnemann, Hering, Kent, Boericke, Vithoulkas, entre muitos outros...todos eles merecem o meu reconhecimento.
Sankaran em consulta é como um maestro a conduzir a sua orquestra, o maestro exalta o sentimento, a criatividade, o improviso, o melhor dos seus músicos. Sankaran faz também isto com os seus doentes e leva-os numa viagem ao seu ser mais profundo, onde está a verdadeira causa da doença. Uma palavra: brilhante...
São estes momentos que me dão alento para continuar este caminho, de praticar Homeopatia ao mais alto nível, a Homeopatia clássica unicista, para bem da Homeopatia e principalmente dos meus doentes.
Keep going Rajan Sankaran...

sábado, 6 de setembro de 2008

O que trata a Homeopatia ?

A Harmonia Mental, Emocional e Física
Frequentemente sou questionado sobre o que trata a Homeopatia; que patologias são passíveis de tratamento homeopático. A Homeopatia é um sistema, uma forma de medicina muito completa. Digo completa, porque tem as suas próprias regras de diagnóstico, tem a sua farmacopeia própria e, a abordagem sobre a doença, é específica da Homeopatia. Assim, não podemos nunca abordar a doença e o doente do ponto de vista da medicina alopática (química). Isto é um erro que leva frequentemente ao insucesso clínico, descredibilizando a Homeopatia e ao mesmo tempo presta-se um mau serviço ao doente. Segundo o meu ponto de vista, uma das principais razões para a descredibilização da Homeopatia está no facto de alguns colegas estarem a praticar medicina convencional com medicamentos homeopáticos, ou seja, o pensamento, a abordagem da patologia e a forma de medicar são os da medicina química, mas ao doente são dados medicamentos homeopáticos. Assim, quando me questionam sobre o que é passível de tratamento homeopático, tenho que demonstrar às pessoas que em Homeopatia nós não tratamos doenças, tratamos sim a pessoa no seu todo. Quando trato um doente asmático, não trato a asma do doente, trato sim o doente que tem asma. Sabemos que todos eles sofrem da mesma doença, mas a forma como a asma se manifesta difere de pessoa para pessoa, o quadro sintomatológico fisico, emocional e mental é específico do indivíduo. O sucesso destes casos está em perceber essa individualização e medicar de acordo com a especificidade de cada pessoa. Este é o princípio que está subjacente a todas as prescrições homeopáticas. No entanto, não podemos esperar milagres de cura, temos que ser sérios e aceitar que tal como qualquer outra forma de medicina, a Homeopatia, tem os seus limites e não trata o que não é passível de tratamento. Muitas vezes a Homeopatia é usada, não com o objectivo da cura, mas como um excelente paliativo, nomeadamente em doentes em fase terminal, dando-lhes uma melhor qualidade de vida de um ponto de vista não evasivo. Temos excelentes resultados em patologias agudas, como amigdalites, bronquiolites, otites, infecções do tracto urinário, etc, onde em muitos casos a Homeopatia é mais rápida a actuar do que a medicina química. Nas patologias crónicas e recorrentes, onde em minha opinião a medicina química mais falha, a Homeopatia assume-se como a melhor alternativa. Problemas do foro emocional / mental são também eficazmente tratados através da Homeopatia. Porque não experimentar?

domingo, 29 de junho de 2008

Restrições dietéticas

As restrições dietéticas são habituais durante o tratamento homeopático. Algumas são relativas e, estão directamente relacionadas com a nutrição em si mesma, com o objectivo de melhorar o estado geral do doente, suprimir eventuais carências alimentares, ou dar um aporte superior de vitaminas, minerais, oligoelementos, entre outros nutrientes essenciais ao caso em questão.
No entanto, existem algumas substâncias que aconselho serem evitadas durante o decorrer do tratamento homeopático. Estas substâncias, são essencialmente, todas aquelas com poder estimulante, como o café, o chá, o chocolate, etc. Tenho verificado na minha prática clínica, que estas substâncias actuam como antídotos do medicamento homeopático, principalmente quando administro potências mais elevadas. Noutro sentido, também os medicamentos quimicos têm esse poder. Apesar de não haver qualquer interacção de incompatibilidade entre os estimulantes e o medicamento, verifica-se que este cessa o seu efeito no organismo, após o doente ingerir tais substâncias.
Apesar deste facto se verificar com frequência, o Dr. Rajan Sankaran, uma das minhas referências em Homeopatia, desenvolveu um estudo que prova que estas substâncias não interferem com o tratamento homeopático**.
Na minha opinião, esta conclusão deve-se ao facto do estudo ter sido feito na India, onde o modo de vida, o tipo de alimentação, os hábitos diários e a componente espiritual, são consideravelmente diferentes do ocidente. Mais um tema a estudar e a debater entre a comunidade homeopática.
De referir, que estou a desenvolver neste momento uma teoria que fundamenta o princípio de acção dos estimulantes nos medicamentos homeopáticos. Oportunamente irei desenvolvê-la mais detalhadamente.
Assim, devido à minha própria experiência, aconselho os doentes que se submetem a tratamentos homeopáticos, a evitarem estas substâncias, para que tenhamos a total certeza e segurança de que o medicamento está a actuar correcta e profundamente no organismo. O possível “sacrifício” que o doente fará em não beber café, chá ou chocolate durante o tratamento, é largamente compensado pelo restabelecimento do seu estado de saúde.

** In Homeopathy the Science of healing – Dr. Rajan Sankaran

Agravamento homeopático

Muitos dos meus pacientes, após começarem o tratamento homeopático, experimentam o que chamamos agravamento homeopático. É comum telefonarem-me alguns dias depois, dizendo que não se sentem melhor e, até sentem mesmo, um agravamento dos sintomas que anteriormente apresentavam. A minha resposta é sempre a mesma : “óptimo, bom sinal...” Não sou insensível, nem tenho um particular apresso por ver os meus doentes a sentirem-se pior, mas o agravamento homeopático é sem dúvida, um excelente sinal de que foi administrado o medicamento correcto (similimum), e que o doente entrou no processo de cura. Estes agravamentos são transitórios e geralmente de curta duração. Após o agravamento, o doente sentirá melhoras muito significativas no seu estado de saúde. Esta situação acontece, porque foi administrado ao doente, um medicamento que está em perfeita afinidade com ele, ou seja, está em perfeita harmonia com todas as queixas do doente, sejam elas mentais, emocionais ou físicas. Por outras palavras, foi dado ao doente um medicamento que provoca numa pessoa saudável, exactamente os mesmos sintomas que o doente apresenta. Sendo assim, espera-se e sobretudo deseja-se, que o doente sinta uma exacerbação dos sintomas no início do tratamento. Isto revela que o homeopata teve sucesso no diagnóstico e, que o doente, está a iniciar o processo de cura da doença. O agravamento homeopático é mais comum acontecer nos casos crónicos do que nos casos agudos e, quando surge, é um sinal de alento tanto para o homeopata, que percebe assim que escolheu o medicamento correcto, como para o doente que beneficiará de toda a eficácia do tratamento homeopático. Neste sentido, desconfio da eficácia do tratamento homeopático prolongado sem qualquer agravamento; na minha perspectiva, significa que não estamos a induzir no organismo do doente o processo de cura. Tenho verificado esta situação, em doentes que surgem na minha consulta após anos de tratamento pseudo homeopático, com muitos medicamentos, mas com poucos resultados visíveis. A verdadeira Homeopatia é altamente eficaz, é radical, o doente sente melhoras efectivas num curto espaço de tempo. A ideia de que a Homeopatia é lenta a actuar é completamente errada e, é o reflexo, da má práctica homeopática. O Professor George Vithoulkas, uma das maiores figuras mundiais em Homeopatia escreveu : “...por conseguinte, a práctica comum de alguns homeopatas, tentando suprimir os agravamentos, é, na verdade, um processo que não permite a cura. As atitudes e ensinamentos baseados na prescrição de medicamentos que provavelmente não produzam agravamentos vêm de pessoas com pouco conhecimento da ciência da Homeopatia”. ** Sendo assim, o agravamento homeopático não pode ser entendido como prejudicial, bem pelo contrário, ele deve ser encarado como o arranque para um tratamento homeopático eficaz e, por conseguinte, para uma vida mais saudável. ** In Homeopatia:ciência e cura – Prof. George Vithoulkas

domingo, 15 de junho de 2008

Homeopatia e gravidez

A gravidez é uma fase particularmente interessante na vida da mulher, não só pelo ponto de vista mental e emocional, mas também devido às alterações hormonais, metabólicas e fisiológicas verificadas no seu corpo. A gravidez é de certa forma limitativa no que diz respeito à administração de medicamentos quimicos, tanto pelas implicações que podem ter na mãe como, principalmente, no próprio feto. A Homeopatia é uma medicina de excelência na gravidez, aliás, deveria ser a medicina de primeira abordagem nesta fase da vida da mulher. Sintomas como enjoos, cansaço, depressão (inclusivé depressão pós-parto), infecções respiratórias, infecções urinárias, dores osteo-musculares, entre muitas outras queixas, são passíveis de tratamento rápido e eficaz pela Homeopatia, sem os riscos inerentes à medicação quimica. A Homeopatia tem caracteristicas muito particulares que a fazem ser indicada em todas as fases da vida humana, desde o bebé recém-nascido, até à terceira idade. Na gravidez, a Homeopatia pode melhorar em muito a qualidade de vida da mãe, tanto no tratamento rápido e eficaz das possíveis queixas fisicas, como ajudando a mulher a superar algumas alterações emocionais que possam surgir e, que em certos casos, são muito limitativas para o seu bem estar, impedindo-a de “saborear” todas as emoções e sensações que a gravidez lhe oferece. Muitas mulheres que passaram por estes problemas sabem do que estou a falar... Algumas mulheres grávidas sentem uma ansiedade constante em relação ao seu estado de saúde, vivem em excessiva preocupação, se irão constipar-se, ou contrair alguma outra patologia; a sua preocupação é por não poder, ou não ser aconselhável, tomar medicação nesta fase. A Homeopatia permite aliviar esta ansiedade, porque a mulher sabe que qualquer patologia que surja, é tratada rápida e eficazmente, com toda a segurança através do tratamento homeopático. Assim, aconselho todas as futuras mamãs, a recorrerem ao tratamento homeopático sempre que o seu estado de saúde mental, emocional ou fisico o justifique.

sábado, 14 de junho de 2008

Medicamentos para...

Como já escrevi anteriormente, a intenção deste blog é dar a conhecer algumas das minhas ideias sobre esta grandiosa arte de curar que é a Homeopatia. Alguns dos meus pontos de vista, podem parecer um tanto ou quanto radicais, ou fora do que está protocolado nas esferas da comunidade homeopática. No entanto, estas ideias fazem parte de mim, fluem com tanta naturalidade que as assumo como verdades absolutas. A Homeopatia não pode ser praticada apenas com base no conhecimento científico, na racionalidade, tem que se sentir, temos que deixar fluir a energia. A Homeopatia é energia, o ser humano é energia, a vida é energia...A tecnologia permite-nos ter meios poderosos para auxiliar a medicina. A pergunta que se impõe é: como é possivel a humanidade estar tão doente com todo o “arsenal” de terapias e meios auxiliares de diagnóstico, como TAC, ressonância magnética, ecografias, etc. Cada vez vemos mais pessoas doentes, com problemas mais sérios, mas isto é um contrasenso tendo em conta os milhões gastos em investigação na área da saúde. Das duas uma, ou a doença é dotada de uma inteligência superior ao ser humano, o que a faz estar sempre um passo à frente da investigação, ou a investigação está a seguir um caminho errado. Obviamente que me inclino mais para a segunda hipótese. Na minha opinião, a investigação médica está a centrar-se no lado errado, ou seja na patologia em si mesma, na bio-quimica, na bactéria, no virus, etc. Estão agarrados ao acessório e não ao essencial. Para mim o essencial é a causa da doença. Nas minha consultas faço sempre a mesma pergunta a mim mesmo: “Nuno, porque é que este indivíduo está com esta patologia?” Ele está com uma amigdalite e já é recorrente, se fizermos a abordagem convencional, administramos um medicamento para combater a amigdalite e pronto, simples e práctico. No entanto, a causa que está na origem do problema não foi considerada e, obviamente, mantém-se activa. É claro que passado algum tempo o indivíduo está novamente doente. Isto é observado diáriamente em qualquer consulta médica.
Em Homeopatia também verifico o mesmo, as consultas são feitas com base em softwares avançados e os diagnósticos são feitos tendo em conta o sintoma; o doente queixa-se de tosse e lá vão na receita uma serie de medicamentos com afinidade com tosse, como se a causa da doença estivesse na tosse. Isto não é apenas uma crítica pela crítica em si mesma, é que esta práctica deixa-me profundamente desgostoso, por estar em severa contradição com os mais elementares princípios homeopáticos. Como a Homeopatia é a minha vida, só posso ficar triste e desapontado...
Em Homeopatia NÃO EXISTEM medicamentos para a patologia, existem sim, medicamentos para o Sr. Manuel, a Sra. Maria, o menino Ricardo, etc, para a totalidade dos sintomas, mentais, emocionais e fisicos. É um disparate indicar-se medicamentos para a febre, tosse, obstipação, dispepsia, artrite, cefaleias, etc, apesar de ser um erro inadmissível, é o que se vê em sites, blogs, livros...
Sou contra esta atitude! Em nome da boa práctica homeopática, nunca indicarei medicamentos homeopáticos associados a qualquer patologia neste blog, nem em qualquer outro sitio.
Não abdico desta ideia pela Homeopatia, pelos meus doentes, por aquilo que sinto e em que acredito e, fundamentalmente, pelos resultado clínicos que obtenho com esta práctica.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Crianças e doença aguda


Por vezes sinto que a Homeopatia é tida pelas pessoas como um método terapêutico obscuro e marginal, que só é considerada quando as esperanças nos métodos convencionais está francamente diminuída.
Este conceito de última esperança não podia estar mais errado. O pensamento devia ser precisamente o contrário, ou seja, a Homeopatia devia ser a medicina de primeira abordagem e não a medicina quimica. Porquê recorrer aos malefícios dos medicamentos quimicos, como antibióticos, anti-inflamatórios, anti-depressivos, etc, quando temos na Homeopatia uma resposta mais rápida, eficaz e sem os efeitos nefastos dos quimicos? Quando digo resposta mais rápida, é precisamente isso que se passa com a administração do medicamento homeopático. Qualquer patologia aguda, infecciosa ou não, com a administração do medicamento correcto na potência certa, é combatida de uma forma surpreendentemente rápida e eficaz.
Na minha práctica clínica vejo isto diariamente. Infecções urinárias, candidíases, infecções respiratórias, infecções cutâneas, etc, são tratadas de uma forma bem mais rápida, eficaz e suave para o doente. Nas crianças, onde a Homeopatia devia ser a medicina de primeira linha por excelência, os resultados são espantosos. Bronquiolites, otites, infecções respiratórias das mais variadas etiologias, processos alérgicos, amígdalites, erupções cutâneas, entre outras patologias agudas, são tratadas rápida e eficazmente com o medicamento homeopático, reduzindo muito o tempo normal de convalescença e, mais importante ainda, diminuindo os episódios de recidíva, tão habituais nas crianças sujeitas ao tratamento com antibióticos. Muitos pais não recorrem à Homeopatia por desconhecimento, ou da eficácia, ou por não conhecerem um homeopata que lhes garanta a confiança necessária para tratar os seus filhos. Tenho muitas crianças na minha consulta, muitas delas, quando vieram pela primeira vez, tomavam inúmeros medicamentos, em certos casos à vários anos e com resultados muito pouco satisfatórios. O que posso dizer, é que os “meus” meninos e meninas, não voltam a tomar medicação quimica, claro que continuaram a constipar-se, mas são tratados homeopaticamente de uma forma rápida, suave e permanente, evitando-se assim, as frequentes recidívas tão habituais com a abordagem alopática(medicina quimica).
O preço, tal como já falei num post anterior, está ao alcançe de todos. Desde que se recorra à verdadeira Homeopatia, só irá ser prescrito UM medicamento que custará cerca de quatro euros. O preço da medicação é sem dúvida uma grande vantagem da Homeopatia.
Por fim, deixo algumas perguntas para a reflecção dos pais :
Já se questionaram sobre os malefícios do excesso de medicação dado hoje em dia às crianças?
Consideram normal terem as crianças doentes de quinze em quinze dias e os médicos alopatas continuarem a dar a mesma medicação sem resultados?
Será normal que o estado predominante da criança seja o estado de doença?
Será normal que os médicos alopatas não considerem insucesso clínico, quando têm uma criança durante anos a tomar medicação supressora?
O estado de cronicidade da criança será devido à doença original, ou será devido à doença provocada pelos medicamentos(iatrogénica)?
Estas são perguntas pertinentes, que devem ser colocadas e analisadas conscientemente. A Homeopatia tem as respostas e, deve ser considerada, como medicina de primeira abordagem e não como segunda escolha, para bem das nossas crianças.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Medicamento Único


Prescrever um medicamento único é uma das leis fundamentais da Homeopatia. O que verifico hoje em dia, é um constante atentado à boa práctica homeopática, ou seja, em vez de se fazer uma avaliação rigorosa do doente e recolher-se a totalidade dos sintomas mentais, emocionais e físicos, o que se faz é reduzir à expressão mais simples o acto médico. Assim, torna-se mais fácil fazer um “cocktail” de medicamentos homeopáticos e dar ao doente com a esperança de que algum desses medicamentos actue realmente. Este é um profundo disparate que contribui somente para aumentar o estado caótico em que se encontra a Homeopatia. Isto não é mais do que fazer Homeopatia com pensamento alopático (medicina química), ou seja, dar os medicamentos para a patologia e não para a pessoa individual, ou, por outras palavras, é fazer medicina convencional com medicamentos homeopáticos. Desculpem-me a frontalidade, mas quem pensa assim é homeopatista e não homeopata, não sente a verdadeira arte de curar, não interiorizou a filosofia e como se não bastasse, não estudou o suficiente os medicamentos para os sentir, de forma a dá-los correctamente.
Como podemos avaliar com precisão um efeito benéfico ou nocivo de um conjunto de medicamentos?
Até hoje, nenhum medicamento da Matéria Médica Homeopática foi experimentado em combinação com outros, a descrição que temos dos medicamentos foi feita apenas sob a influência de uma substância.
Suponhamos que um paciente tomou um complexo composto por seis substâncias homeopáticas e sentiu um agravamento do seu estado. Como podemos saber qual a substância que provocou esse agravamento? Será que o agravamento foi provocado pela interacção entre substâncias? Como podemos saber? Onde está o rigor científico desta práctica?
Por outro lado, suponhamos que o paciente sentiu melhoras, como sabemos qual das substâncias teve esse poder? Se as melhoras foram curtas, teremos que aumentar a potência do medicamento, em qual das substâncias o deveremos fazer?
O professor George Vithoulkas, talvez a grande figura mundial em Homeopatia e uma das minhas referências, escreveu algo que achei interessante transcrever : “A prescrição combinada seria semelhante à tentativa de se criar uma harmonia ligando-se ao mesmo tempo seis rádios diferentes em estações diversas, na esperança de criar uma sinfonia. Esta práctica só pode criar um caos completo, e, na verdade, os casos mais lamentáveis que ocorrem na práctica homeopática são os de pacientes que se submeteram durante anos a esse tratamento caótico. O mecanismo de defesa desses pacientes está tão perturbado que frequentemente é de todo impossivel restaurar a sua saúde mesmo ao nível anterior a essa prescrição, quanto mais motivar uma cura. Para o homeopata conscencioso e instruído, a práctica de dar vários medicamentos ao doente só pode ser deplorada...” **
Julgo que estas ideias são simples e do senso comum, por isso dou comigo a pensar o que se passa com a Homeopatia hoje. Será que o pensamento adquirido através da medicina convencional está a tomar conta da nossa Homeopatia? Se assim for, têm em mim o mais feroz opositor...

** In Homeopatia : Ciência e Cura – Professor George Vithoulkas

domingo, 8 de junho de 2008

O preço da Homeopatia


“Dr. eu sei que estes tratamentos são muito caros...”
“A Homeopatia é eficaz mas é carissima...”
“Dr. não posso suportar um tratamento desses..”

Estas afirmações deixam-me particularmente triste, não por virem dos meus doentes, que são as pessoas que mais respeito, mas por estarem enraizadas no senso comum da nossa sociedade.
Nada pode estar mais errado, efectivamente a Homeopatia, é sem dúvida, a medicina mais barata para o doente.
A verdadeira Homeopatia, como todas as vertentes científicas, obedece a uma filosofia, a princípios e a leis. Uma dessas leis é “medicamento único”. Várias escolas e correntes surgiram ao longo dos anos, mas infelizmente só serviram para denegrir e descredibilizar, a nossa Homeopatia. Estas escolas, formaram homeopatistas, não lhes chamo homeopatas, porque simplesmente não fazem Homeopatia e também porque sou politicamente incorrecto.
O Dr. Samuel Hahnemann, o criador da Homeopatia, o mestre, criou um sistema completo e deixou-nos a obra que o explica, chama-se “Organon ou a arte de curar”. Na minha opinião, se o Dr. Hahnemann concebeu um sistema terapêutico e lhe deu o nome de Homeopatia, tudo o que se fizer diferente do que ele criou não se pode chamar Homeopatia, dêm-lhe outro nome, mas nunca Homeopatia, respeitem o trabalho, a memória e a obra do mestre. Nisto sou radical e intransigente...é como pegarmos na 5ª sinfonia de Beethoven, alterarmos a partitura e tocarmos como se fosse a 5ª sinfonia de Beethoven, isto não está correcto, é triste e desmotivador para quem, como eu, vive a Homeopatia.
O que quero dizer com isto, é que muitos “colegas”, prescrevem inúmeros medicamentos para as queixas do doente, desviando-se duma das leis fundamentais da Homeopatia que é “medicamento único”.
O leitor, se recorreu a um tratamento homeopático e lhe foram prescritos, vários medicamentos homeopáticos em complexo, ou alternados, mais fitoterapia (medicamentos feitos a partir de plantas), mais um sem número de outros tratamentos, tudo numa receita em formato A4, com certeza que não fez Homeopatia, fez qualquer outra coisa, carissima, isso sim, mas não Homeopatia.
Se por outro lado, recorreu a um verdadeiro Homeopata, e lhe foi dado apenas UM medicamento homeopático, tal como ditam as regras, terá pago qualquer coisa como 4 Euros e ficou com a garantia de que fez realmente Homeopatia.
A Homeopatia é uma medicina extremamente eficaz, em todas as idades, e em todas as circunstâncias, sejam patologias agudas, ou patologias crónicas e sobretudo é a forma de medicina mais acessível em termos económicos, desde que seja realmente Homeopatia e não seja um “emaranhado” de terapias conjuntas, que não têm a capacidade terapêutica da Homeopatia e ao mesmo tempo, encarecem exponencialmente as receitas.

A eficácia da Homeopatia

Ao navegar um pouco pela blogosfera, só encontro lixo, disparates, dissertações pseudo-inteligentes de quem não faz a mínima ideia do que é a Homeopatia, tentativas de explicação tristes e ineficazes de quem julga que percebe do assunto, enfim...deixa-me tão triste, que só consigo clicar no botão da cruz no canto superior direito do ecrã.
Não me tenho preocupado em explicar como os medicamentos homeopáticos actuam nos seres vivos(homens, animais, plantas), deixo isso para a comunidade científica, que há muito que deveria ter investigado este mecanismo de acção. A industria famacêutica, se tivesse interesse económico já o tinha feito, mas acontece que as substâncias utilizadas em Homeopatia não podem ser patenteadas, porque são substâncias que existem na Natureza. Assim, não existe a “motivação” para que a ciência progrida e se minimize o sofrimento humano(lucro).
A Homeopatia é sempre eficaz, quer se acredite, ou não, no médico e na terapêutica, é sempre eficaz desde que se utilize o medicamento correcto, o Similimum, o que está em perfeita afinidade com o doente. Quando não administramos o medicamento correcto, não vamos ver alterações no doente, o que o levará a pensar que a Homeopatia não faz nada.
Tenho verificado na minha consulta, que os doentes por vezes vêm ansiosos e desesperançados da medicina quimica, tiveram anos seguidos a fazer tratamentos ineficazes e pretendem uma cura rápida por parte da Homeopatia. O que lhes costumo dizer nestes casos, é que a Homeopatia é extremamente eficaz, porque não trata a patologia em si mesma, mas trata o doente como um todo Mental, Emocional e Físico, o que a torna mais eficaz do que a medicina quimica na maioria das patologias. No entanto, não há milagres de cura, não podemos curar em dois dias o que está manifestado há muitos anos no doente. É preciso bom senso, como em tudo na vida. Mas temos que passar aos doentes, a mensagem, de que o medicamento homeopático é muito mais abrangente e profundo a actuar, do que o medicamento quimico, logo as probabilidades de cura ou de melhora serão também maiores.
Acusam a Homeopatia de ter um efeito de placebo, ou seja, de actuar porque o doente acredita que lhe vai fazer bem e não por eficácia da substância. Este é mais um tremendo disparate e de uma falta de elasticidade mental atróz. Na minha consulta tenho inúmeros bébes com problemas agudos graves, otites, amigdalites, bronquiolites, febres altas, etc. A Homeopatia resolve estes problemas rápida e eficazmente. Será que estes bébes já têm a crença que o medicamento lhes vai fazer bem? Será que os milhares de animais que são curados com Homeopatia também fazem parte deste “movimento” de crédulos. Não me parece...
Os resultados que tenho em consulta são inegáveis, os doentes começam com Homeopatia e continuam, porque se sentem bem, porque lhes dá as respostas que pretendem e só isso me interessa, é por eles que me entrego totalmente à Homeopatia. Para os críticos, existe sempre a opção de não recorrerem a esta maravilha que é a Homeopatia, a medicina quimica está aí disponivel para quem quiser, é uma questão de opção, e, como tal, temos que respeitar as opções de cada um. Só não consigo admitir que se façam comentários tristes e idiotas sobre algo que não se tem experiência e em que se é profundamente ignorante. É uma afronta para quem, como eu, se dedica de corpo e alma ao estudo da Homeopatia.

sábado, 7 de junho de 2008

Introdução


Não pretendo com este blog, divulgar a Homeopatia numa vertente técnico-científica, esta vertente está francamente explorada em outros blogs, sites, etc. O que pretendo é partilhar a minha visão da Homeopatia, os meus conceitos sobre a origem da doença, as minhas críticas à abordagem alopática(medicina convencional), os meus pensamentos em relação ao que temos para curar no doente, etc.
Para quem ainda não está familiarizado com este eficaz método terapêutico, faço apenas uma pequena explicação do princípio básico que fundamenta a abordagem homeopática.
Assim, a Homeopatia é um método de tratamento criado pelo médico alemão Samuel Hahnemann, em 1796, que se fundamenta na Lei da Semelhança. Segundo esta lei, o semelhante cura-se pelo semelhante, isto é, para tratar um indivíduo que está doente é necessário aplicar um medicamento que apresente (quando experimentado no homem são) os mesmos sintomas que o doente apresenta.
O termo HOMEOPATIA tem origem grega, vem de "Homeos" (semelhante) e "Pathos" (doença, patologia) e significa “patologia semelhante”. Ao contrário, o termo ALOPATIA vem de "Ayos" (diferente, contrário) e "Pathos" (doença, patologia).
Por exemplo: Se uma pessoa sã ingerir doses tóxicas de uma certa substância, irá apresentar sintomas como dores gástricas, vómitos e diarreia; se, por outro lado, for administrada essa mesma substância, preparada homeopaticamente, ao doente que apresenta dores gástricas, vómitos e diarreia, com características semelhantes àquelas causadas pela substância em questão, obtém-se, como resultado, a cura desses sintomas.
Esta explicação é muito sucinta, porque apenas serve para dar uma perspectiva sobre a lei da semelhança, embora mais à frente apresente a minha própria visão sobre este princípio.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

O MELHOR DE MIM




O melhor de mim
Na nossa vida não existem coincidências nem “por acasos”. Por vezes temos que estar atentos aos sinais e saber interpretá-los. A Homeopatia surgiu na minha vida através de um desses sinais. 

Hoje, agradeço por ter sabido interpretá-lo, pois esse momento mudou radicalmente a minha vida.

A Homeopatia tornou-se, a par das pessoas que amo, a minha própria vida. 

A Homeopatia não pode ser vista apenas como um método terapêutico, é muito mais do que isso, é uma ciência, uma filosofia de vida, uma arte... O meu sucesso clínico, baseia-se fundamentalmente, no amor incondicional que tenho por esta arte de curar, é mais que uma profissão, mais que uma forma de obter rendimentos, é a minha vida...cada receita que passo leva um pouco de mim, um pouco da minha essência. 

Fazer Homeopatia, não se resume a prescrever medicamentos homeopáticos, temos que sentir, temos que respirar, temos que dar o melhor de nós próprios, pois só assim o doente poderá receber a Homeopatia em toda a sua plenitude. 

Faço-o diariamente com os meus doentes, tento mostrar-lhes o outro lado da vida, o positivo, tento despertar consciências, abrir caminhos...a Homeopatia é a arma poderosa que utilizo. 

Quero exercer Homeopatia ao mais alto nível, gostava que todos os meus colegas o fizessem também.

Este é um objectivo, uma missão, um sonho...vou continuar nesta busca, com toda a minha energia, para que a Homeopatia se afirme como a grande esperança para as doenças da humanidade. 

Eu sinto e acredito, os meus doentes, aos quais agradeço do fundo do coração, pela confiança e pelo que me têm ensinado, também acreditam e cada vez seremos mais e mais...por um mundo melhor. 

Sejam benvindos ao meu mundo...